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XI Semana de Formação Política tem quarto dia com debate sobre Segurança Pública


O penúltimo dia da 11ª edição da Semana de Formação Política, contou com a palestra do advogado e pesquisador da Unicamp, Rodolfo Valente que falou sobre Segurança Pública. A programação conta com temas variados e relacionados aos desafios do cotidiano e tem como objetivo qualificar o trabalho social e também refletir a prática e a atuação social em diversos campos por meio da educação popular.

Para Valente, o convite para ministrar a palestra sobre Segurança Pública a partir da luta de classe foi recebido com muito entusiasmo, uma vez que o tema deve ser sempre abordado entre os trabalhadores e sociedade. “Procurei fazer uma história contrapelo deste tema, não só no Brasil como no mundo e como se organizou hoje o que chamamos de guerra às drogas e ao crime. E muito importante se organizar a partir de baixo e dos movimentos sociais de base contra a violência do estado que está diretamente ligada a economia e ao mercado hoje vigente, não liberal, de uma sociedade com salários precários e pauperização cada vez mais expansiva das populações periféricas”, destaca.


Segundo ele, é preciso olhar para os movimentos sociais que foram derrotados no passado e fazer disso experiências para se organizar no presente. “Esse cenário político tem na verdade de 40 a 50 anos. Temos uma grande virada que parte de uma situação de guerra entre os estados para a construção da perspectiva de guerra interna contra inimigos internos, que tem haver com os excluídos do capital. O sistema capitalista avança, se procria, expolia, aumenta suas tecnologias e expulsa os trabalhadores do mercado de trabalho. Então o que nós temos hoje é uma massa cada vez maior de pessoas tornadas supérfluas pelo mercado de trabalho.

E são exatamente essas pessoas alvos dos aparatos de segurança pública. É importante nesse momento em que a coisa se torna mais explicita, conseguir olhar para traz dos movimentos que foram vencidos e fazer experiências para se auto organizar neste momento”, ressalta.

Valente acrescenta ainda que chance de lutar contra esse capitalismo que se impõe é através da união de todos. “A única forma que temos de lutar contra o fascismo e esse capitalismo tardio na sua faceta mais instintiva é a gente conseguir se organizar por baixo e não em qualquer perspectiva progressista da história. Precisamos a partir de dentro das instituições burguesas, conseguir pequenas melhorias que tornem a nossa condição de vida melhor. Isso hoje ainda é impossível, pois a única possibilidade de se organizar por baixo é de maneira autônoma”, pontua.

Para finalizar, Valente agradeceu ao convite e a parceria firmada entre ele o Sefras. “Esse convite foi muito bom, ainda mais por termos uma história de parceira com o Sefras de várias ações juntos ao longo deste últimos cinco anos. Então fico muito feliz em participar de uma atividade como essa e também por essa parceria que formamos de vários movimentos. Além disso, foi muito bom debater com os trabalhadores, esclarecer dúvidas e construir ideias. O que importa mesmo é a possibilidade de compartilhar experiências, de construir junto essa perspectiva de mundo e as possibilidades de ação diante do que estamos vivendo”, conclui.

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