O Sefras – Ação Social Franciscana – participou do X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) realizado dos dias 28 a 31 de julho na Universidade Federal do Pará, em Belém/PA. O evento contou com a participação de diversos movimentos sociais, associações, entidades, coletivos e articulações – dentre eles o SEFRAS – dos nove países em que se encontra a Floresta Amazônica: Brasil, Venezuela, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa e Suriname.
O FOSPA é um evento de alcance global que surge no âmbito do Fórum Social Mundial, para
lutar pela vida, a Amazônia e seus povos.
É um espaço de articulação dos povos e movimentos sociais para a incidência e a resistência política e cultural frente ao modelo de desenvolvimento neoliberal, neocolonial, extrativista, discriminador, racista e patriarcal e conversa diretamente com o programa “Defensores da Amazônia”, do qual o Sefras faz parte.
Participação do Sefras
O Frei Marx dos Reis e a responsável técnica Rosângela Pezoti, representando o Sefras, juntamente com o Sinfrajupe e a Campanha ‘A vida por Um Fio’, realizaram uma atividade no dia 29 com tema “Proteção Coletiva de Grupos e Comunidades Ameaçadas na Amazônia: experiências, redes e desafios”.
Além disso, em parceria com a Fundação Mott, o Sefras também apoiou as atividades: ‘Fundos Socioambientais pela Autonomia dos Povos da Amazônia’, e ‘Diálogo: Os Fundos como instrumento de autonomia!’ Ambas tinham o objetivo de dialogar e trocar experiências entre fundos criados pelos movimentos sociais na Amazônia Brasileira.
De acordo com o Frei Marx dos Reis, o FOSPA foi um evento “surpreendente não apenas pelo conteúdo, como também pela forma” por conta das apresentações culturais e reflexões apresentadas que mostravam como os problemas da Amazônia se interligam com os problemas globais.
“Como o Papa Francisco disse: Tudo está interligado. E a Amazônia, hoje, se torna uma chave de leitura para desvendar determinados problemas que há muito nós tentamos resolver. Além disso, nos faz perceber o levantamento de diversas lideranças e nos dá esperança, para fazer os enfrentamentos necessários”, afirmou o Frei Marx sobre suas impressões gerais sobre o evento.
Ele também se disse impactado, positivamente, pelo protagonismo das mulheres indígenas nas discussões tanto nacionais quanto internacionais. E do conhecimento das lutas dos povos originários, de forma gráfica, contra os grandes negócios que destroem a terra como o extrativismo.
“A proposta do Sefras [no FOSPA] foi discutir a proteção dos grupos que lutam pela preservação da floresta. Nós propusemos uma nova forma de proteção: a proteção coletiva, não apenas das pessoas, mas da biodiversidade”, pontuou.
Rosângela Pezoti também falou sobre o que mais a marcou durante o evento, “Foi um evento que evidenciou a violência que a Amazônia e os povos originários têm sofrido. E mostrou que diante da ausência do Estado as comunidades têm encontrado formas de se proteger”.
Encaminhamentos
Além das atividades também ocorreu o lançamento do 7º Boletim da Amazônia e do livro “Luta pela terra na Amazônia” os quais tiveram apoio do Sefras.O livro está disponível no nosso site.
Segundo o próprio autor, o pesquisador Rogério Almeida, o livro tem sido levado a vários locais de interesse para sua apresentação, “Além do lançamento em Marabá (18/7) e Belém (FOSPA), iremos a Imperatriz, Maranhão, onde o Padre Josimo foi morto. Em setembro a convite do Ministério Público do Estado (MPPA) iremos a Xinguara, sul do estado do Pará, palco de chacinas nos anos de 1980, região onde o frei Henri militou”.
Propostas do Fospa
Além de reflexões e atividades de grupo e culturais, ao final do evento, foi elaborada uma declaração que destaca os principais pontos apresentados durante o fórum. Também traz algumas propostas políticas, como: Um modelo político, social e econômico que dê prioridade à integridade da nossa Casa Comum, que reconheça e respeite os territórios e o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos e dos direitos da natureza; Recuperar, valorizar e proteger os conhecimentos de homens e mulheres e as formas ancestrais de organização dos nossos povos para o cuidado e gestão da água, a proteção dos seus territórios, que incluem os nossos rios, limpos e livres de megaprojectos. E mais 13 pontos.
A Declaração se encerra com a apresentação de 16 ações emergenciais para a proteção da floresta amazônica, podendo-se destacar: Declarar o estado de emergência climática na bacia Pan-Amazônica e seu cumprimento permanente para permitir a sua restauração ativa e a proteção da sua biodiversidade em coordenação com os povos amazônicos e avançar para um novo paradigma de relação com a natureza.
A declaração completa pode ser lida aqui.
O SEFRAS
O Sefras é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.
Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atua pelo Brasil atendendo mais de 4 mil pessoas todos os dias. São serviços diários que promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
Para ajudar quem tem fome na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Sefras atua distribuindo mais de 2 mil refeições diariamente, além de distribuir cestas básicas, itens de higiene e cobertores e roupas de frio.
Faça parte dessa corrente de solidariedade doando itens , em São Paulo, no Chá do Padre na Rua Riachuelo, 268 – Centro. Tel: (11) 3105-1623 e no Rio de Janeiro na Tenda Franciscana no Largo da Carioca, s/ n, Centro.
Você também pode doar qualquer quantia pelo nosso site ou pelo pix: sefras@sefras.org.br.
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