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Foto do escritorMelissa Galdino

Projeto Participar é um Direito: Reflexões e Impactos na Participação Coletiva de Idosos

Na última quarta-feira, 21, encerrou-se o Projeto Participar é um Direito, uma iniciativa realizada pelo Sefras - Ação Social Franciscana na Casa de Clara do Belém, em São Paulo. Desde setembro do ano passado, o projeto revitalizou as discussões e a participação pública de pessoas idosas na região da Mooca. 




O  surgimento do projeto veio com o objetivo de ampliar e divulgar o Fórum Neide Duque Mooca, um espaço aberto e democrático onde a sociedade civil pode debater e lutar por políticas públicas voltadas para a Pessoa Idosa. Durante quase um ano, o projeto trouxe à tona a importância da participação ativa do público 60+ na construção de uma democracia mais inclusiva.


 A Casa de Clara, que há cerca de 10 anos sedia o Fórum, foi palco de debates que abordaram diversas temáticas, todas decididas em comissão, reforçando a ideia de que o envelhecimento é uma questão coletiva e precisa ser tratada com o devido protagonismo.

"A participação no Fórum é essencial para que possamos construir políticas públicas que realmente atendam às necessidades dos idosos. É fundamental que eles tenham voz e vez nesses espaços," destaca Ana Paula, assistente social que acompanhou o projeto.


Um dos maiores desafios enfrentados pelo Fórum foi a perda de público durante a pandemia. Porém, o Projeto Participar é um Direito conseguiu reverter essa situação. Através de um mapeamento detalhado do território da Subprefeitura da Mooca, que abrange os bairros Tatuapé, Pari, Mooca, Belém e Brás, o projeto não apenas divulgou a importância do Fórum, mas também incentivou a participação ativa dos idosos.




"Visitamos CAEs, NCIs, bibliotecas, CEUs, UBSs e Centros de Acolhida. Cada visita foi uma oportunidade de mostrar aos idosos que eles têm o direito e o dever de participar ativamente da construção das políticas que os afetam," complementa Ana Paula.


No total, cerca de 576 pessoas participaram das atividades promovidas pelo projeto, incluindo oficinas e saídas para diferentes espaços da comunidade. Essas ações foram fundamentais para empoderar eles, proporcionando-lhes mecanismos de participação democrática e, consequentemente, fortalecendo sua presença na vida pública. O Fórum possui uma média de participação de 60 pessoas a cada sessão. 


Impacto Pessoal e Comunitário


Além dos números expressivos, o projeto deixou marcas profundas na vida dos participantes. Dona Elisa, de 72 anos, compartilhou sua experiência: "Antes, eu achava que já não tinha mais nada a contribuir, mas o projeto me mostrou que minha voz ainda tem poder. Participar do Fórum me deu um novo sentido de propósito." 




O impacto também se estendeu às instituições visitadas. Em uma das visitas a um CAE, a equipe do projeto realizou uma oficina onde os idosos debateram sobre direitos sociais e propuseram melhorias para os serviços. "Foi inspirador ver como os participantes se sentiram ouvidos e valorizados. Essa troca com as instituições foi crucial para fortalecer o vínculo entre a comunidade idosa e os serviços públicos," acrescenta Ana Paula.


Desafios e Superação


Durante a execução do projeto, diversos desafios surgiram, além da perda de público por conta da pandemia. A dificuldade de engajar idosos que, por vezes, não se sentem confortáveis em participar de discussões públicas foi superada através de abordagens humanizadas e acolhedoras, como rodas de conversa e atividades lúdicas que incentivam o envolvimento de todos.



O Legado e os Próximos Passos


Com o encerramento do projeto, a questão que permanece é: o que vem a seguir? Apesar do fim oficial do Participar é um Direito, os organizadores estão empenhados em garantir que o legado continue. A Casa de Clara do Belém pretende manter as atividades do Fórum Neide Duque Mooca, agora com uma base fortalecida pela conscientização e participação ativa promovida pelo projeto.


"O Fórum se tornou uma referência não só para os idosos, mas para toda a comunidade. Vamos continuar incentivando a participação e buscando novas formas de engajamento," conclui Ana Paula.

O Brasil, que viu sua população idosa crescer significativamente na última década, enfrenta o desafio de integrar essas pessoas na sociedade de forma ativa e digna. Estima-se que, até 2050, cerca de 30% da população brasileira será composta por idosos. Projetos como o Participar é um Direito, realizado pela SEFRAS na Casa de Clara do Belém, são essenciais para garantir que esse grupo etário continue a contribuir para o desenvolvimento do país, não apenas como beneficiários, mas como protagonistas na formulação e implementação de políticas públicas.


Com o encerramento do projeto, fica o legado de que a participação coletiva é um direito que deve ser sempre garantido e incentivado. E que, acima de tudo, os idosos têm um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.


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