Em uma ação promovida pelo Sefras - Ação Social Franciscana, foram avaliados participantes do Chá do Padre com o objetivo de identificar sinais de desidratação e promover a conscientização sobre a importância da ingestão adequada de líquidos. A análise revelou que 47% dos participantes apresentavam desidratação, enquanto 29% estavam em risco de desidratação. Apenas 24% dos avaliados estavam adequadamente hidratados.
Cada participante teve seu peso registrado, o que permitiu calcular a recomendação diária de ingestão de líquidos, variando entre 1,848 litros e 2,975 litros por dia. Além disso, para avaliar o estado de hidratação dos participantes, foram considerados diversos parâmetros, como: sede intensa, boca e pele ressecadas, olhos fundos, pouca ou nenhuma produção de lágrimas, diminuição da sudorese, além do sinal da prega cutânea – que mede o tempo que a pele leva para voltar ao normal após ser puxada (quanto maior a demora, maior o indicativo de desidratação). Outros fatores avaliados incluíram a pulsação, a frequência e a cor da urina, além de sintomas como confusão mental, tontura e sonolência.
De acordo com a Paloma Brasil, nutricionista do Sefras: “Hidratação e alimentação caminham juntas na manutenção de um corpo saudável! A importância da hidratação é um tema que merece destaque. Estudos mostram que, sem água, a sobrevivência é possível por um tempo quatro vezes menor do que sem a ingestão de alimentos.
Água potável é um Direito Humano, mas, embora haja uma grande preocupação em combater a fome, outras necessidades igualmente essenciais, como o acesso à água potável, muitas vezes não recebem a mesma atenção.”
A desidratação pode provocar problemas sérios, como tonturas, fraqueza e confusão mental, sendo um risco ainda maior durante o calor intenso ou em locais com acesso limitado à água potável.
Durante a atividade, Paloma Brasil, e as estagiárias da USP, Marina Carmo da Silva e Gabrielly Lima Almeida da Silva conduziram uma busca ativa pelos pontos de hidratação no centro de São Paulo. A pesquisa revelou que os únicos locais públicos com fácil acesso à água potável são o Parque da Luz e o Largo da Concórdia, evidenciando a escassez de pontos de água acessíveis na região.
Paloma comenta o que a motivou a realizar essa pesquisa: “Decidi realizar uma pesquisa para identificar se havia pontos de água potável acessíveis para pessoas em situação de rua, pois percebo que a preocupação com a hidratação geralmente surge apenas durante períodos de calor intenso.”
No entanto, é importante ressaltar que todos os serviços do Sefras disponibilizam água potável aos seus participantes, garantindo que tenham acesso contínuo à hidratação adequada durante suas atividades nos centros.
Os resultados desta ação reforçam a necessidade de intervenções contínuas para conscientizar sobre a importância da hidratação e ampliar o acesso à água potável em áreas urbanas. A criação de novos pontos de hidratação é uma medida urgente para prevenir complicações de saúde relacionadas à desidratação, especialmente entre a população em situação de rua.
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