Nesta semana estamos nos dedicando à tratar da hanseníase. Dando continuidade à matéria anterior, tratando das origens da doença, neste texto abordaremos o encontro de São Francisco de Assis com um leproso.
Em sua busca pela realização, o religioso renunciou a tudo e partiu em sua busca por si mesmo.
Como aponta os relatos, um dia durante uma vívida oração, escutou um chamado de Deus:
Francisco, se queres conhecer a minha vontade, é necessário que desprezes e odeies tudo o que amaste carnalmente e desejaste ter. Depois que começares a fazer isto, as coisas que antes te pareciam suaves e doces serão para ti insuportáveis e amargas, e naquelas coisas que antes te causavam horror haurirás grande e imensa suavidade
Atendendo ao Senhor, pois-se a cavalgar e, em meio seu caminho, encontrou um leproso. São Francisco então desceu de seu cavalo, lhe ofereceu uma moeda, abraçou-o e lhe beijou a boca.
Em sua época, pessoas acometidas por essa doença eram violentamente excluídas da sociedade, desprovidas do convívio social. E, como apontado por Frei Vitório, “quando a sociedade exclui a pessoa, ela apodrece o humano. A pior lepra que existe é ser colocado à margem de tudo. A pior doença que existe é tirar da pessoa a possibilidade de conviver”.
Esse episódio, o primeiro de tantos outros, em que se colocou ao lado dos marginalizados. Misturando-se com a pobreza, a doença, se aproximando das realidades mais duras e difíceis, propondo-se a estar do lado dessas pessoas e a melhorar a humanidade por meio do amor.
Séculos depois desse episódio, muito foi descoberto acerca da lepra e da hanseníase e diversos mitos caíram por terra, principalmente acerca de como ela é transmitida, formas de tratar.
Atualmente sabe-se que é uma doença curável, que é necessário muito mais do que um mero contato para sua transmissão e a reclusão do indivíduo para prevenir que a doença se espalhe é desnecessária.
Quanto ao tratamento é realizado por meio de antibióticos que, no Brasil, são fornecidos gratuitamente pelo sistema de saúde pública.
Entretanto, preconceitos e desinformações ainda são um obstáculo para a erradicação da hanseníase. Por isso, não apenas é necessária ações como a campanha Janeiro Roxo, mas também lembrarmos dessa mesma passagem da história de São Francisco.
Para saber mais sobre o tema, acompanhe nosso site! Na próxima semana traremos mais um texto trazendo informações sobre a hanseníase e como ela está inserida no contexto atual.
O SEFRAS
O Sefras é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.
Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atua pelo Brasil atendendo mais de 4 mil pessoas todos os dias. São serviços diários que promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
Para ajudar quem tem fome na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Sefras atua distribuindo mais de 2 mil refeições diariamente, além de distribuir cestas básicas, itens de higiene e cobertores e roupas de frio.