Nos dias 28, 29, 30 e 31 de julho será realizado o X Fórum Social Pan-Amazônico – FOSPA na Universidade Federal do Pará, em Belém/PA. O evento contará com a participação de diversos movimentos sociais, associações, entidades, coletivos e articulações – dentre as quais o SEFRAS – dos nove países em que se encontra a Floresta Amazônica: Brasil, Venezuela, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa e Suriname.
Neste ano, o Fórum Social Pan-Amazônico ocorre em meio a diversos retrocessos em políticas de proteção ambiental e violações de direitos dos povos originários.
A Amazônia Brasileira Segundo relatório de auditoria realizado pela Controladoria Geral da União (CGU), as gestões do Ministério do Meio Ambiente causaram diversos impactos negativos para o Fundo Amazônia e para políticas públicas de proteção ambiental que dependiam do mesmo. De acordo com relatório, ainda em 2019, foram extintos colegiados que formavam a base para o funcionamento do Fundo sem nenhum planejamento ou fundamentação técnica.
De acordo com os auditores, o fim dos conselhos, além de afastar doadores importantes, como Noruega e Alemanha – responsáveis por cerca de 99% dos depósitos -, ainda resultou no afastamento da participação da sociedade civil e dos estados. Assim, as propostas apresentadas pelo Ministério do Meio Ambiente eram “não condizentes com a realidade da região amazônica”.
Além disso, novos dados divulgados pelo Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1/07) mostram claramente o embate entre crescimento econômico e proteção ambiental posto no país. De acordo com o instituto, no último mês de junho, a Amazônia e o Cerrado registraram recordes históricos de focos de queimada, totalizando respectivamente 2.562 e 4.239 focos.
Para o especialista em políticas públicas do WWF-Brasil, Raul do Valle, em nota ao G1, o expressivo aumento dos focos de queimada no último mês está diretamente relacionado com a atual situação política do país, que se encontra em ano de eleição. Afirmou que “os grileiros, os garimpeiros navegam na impunidade” e estão “sentindo que precisam correr para consolidar seus crimes, com receio de que um novo governo possa acabar com essa festa”. Ainda disse ser “uma verdadeira corrida contra o Brasil e até o final do ano vamos ver o tamanho desse desastre”.
Assim, a crise ecológica se relaciona com uma crise política e econômica maior, com consequências não apenas no meio ambiente, mas também nos âmbitos geopolítico, democrático e de direitos humanos. Uma vez que violações contra a natureza significam não apenas aumento da temperatura terrestre, por exemplo, mas também impactam questões como insegurança alimentar e direitos dos povos indígenas.
É importante ressaltar que a exploração predatória da natureza com aval governamental não é um fenômeno recente, mas sim histórico. Devido a toda herança colonial de toda região latino-americana, indústrias de mineração e agropecuária consolidaram-se em grandes monopólios e latifúndios que visam atender às necessidades do mercado externo, consistindo numa economia assentada na usurpação de recursos naturais em função de setores de exportação.
Trata-se de uma questão que os mais de 30 anos de governança global do clima falharam em abordar de forma efetiva.
X Fórum Social Pan-Amazônico Em meio a esse cenário, o evento terá foco principal para a necessidade do combate ao fascismo e autoritarismo. Destacando a luta pela contra a destruição da Amazônia e em defesa dos territórios e do autogoverno dos povos, florestas e cidades.
O Fórum contará com uma série de rodas de conversa, debates, plenárias e místicas que tangem esses temas. As atividades foram iniciadas dia 28/07, em ato de abertura, e o encerramento será 31/07, em ato contra o facismo, autoritarismo, fundamentalismo e ecocídio. Confira a programação completa do fórum no site.
Ainda, o Fórum contará com a presença do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza para apurar as denúncias de violações dos direitos da natureza e dos direitos humanos nas cidades de Anapu, Marabá e Altamira, e do Tribunal de Justiça e Defesa dos Direitos das Mulheres Panamazônicas e Andinas. Também, durante o evento será lançado o documentário “Pisar suavemente na Terra”, de Ailton Krenak.
Atuação Franciscana O SEFRAS atua na Amazônia por meio da iniciativa Defensores da Amazônia é voltada para a Amazônia Legal, com o objetivo de fortalecer capacidades de proteção e de ressonância pública das atividades dos defensores ambientais e de direitos humanos na região. Para isso, realizam mapeamento na região e das comunidades, identificando causas, coações e formas de violência e criminalização, além de propor ações para prevenção da violência, desenvolvimento rede e ambientes seguros.
A participação do SEFRAS no Fórum é de extrema importância para o fortalecimento da iniciativa e para ampliação da mesma, dando maior visibilidade para a economia e ecologia franciscana, pautada no Bem e na Casa Comum. Além de ser um importante espaço para trocas de conhecimentos e diálogos de saberes, princípios e práticas fundamentais para a atuação franciscana.
O SEFRAS O Sefras é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.
Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atua pelo Brasil atendendo mais de 4 mil pessoas todos os dias. São serviços diários que promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
Para ajudar quem tem fome na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Sefras atua distribuindo mais de 2 mil refeições diariamente, além de distribuir cestas básicas, itens de higiene e cobertores e roupas de frio.
Faça parte dessa corrente de solidariedade doando itens , em São Paulo, no Chá do Padre na Rua Riachuelo, 268 – Centro. Tel: (11) 3105-1623 e no Rio de Janeiro na Tenda Franciscana no Largo da Carioca, s/ n, Centro.
Você também pode doar qualquer quantia pelo nosso site ou pelo pix: sefras@sefras.org.br.
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