Dia 10 de setembro é oficialmente conhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suícidio, organizado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data foi estabelecida com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio ao redor do mundo, buscando promover a auto-capacitação de profissionais da saúde para lidar com a auto-mutilação e suicídio por meio de ações preventivas.
De acordo com a OMS, o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, matando mais que acidentes de transito e HIV. Ainda, crises políticas e econômicas, aumento do desemprego, maiores exposições a agrotóxicos, epidemias e pandemias contribuem para o desenvolvimento de doenças como ansiedade e depressão, que podem levar ao suicídio.
No Brasil, desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) organiza a Campanha do Setembro Amarelo. Por meio dessa busca-se disseminar informação e promover debates abertos sobre o tema para a população geral e grupos de risco.
De acordo com o presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva, “precisamos orientar para conscientizar, prevenir e no mês de setembro concentramos os nossos esforços e vamos para a prevenção efetiva do suicídio. A morte por suicídio é uma emergência médica e pode ser evitada através do tratamento adequado do transtorno mental de base”.
A saúde mental brasileira
De acordo com levantamento da OMS em 2017, o Brasil era o país com o maior índice de ansiosos do mundo (com 9,3% da população afetada, o equivalente a 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (com 5,8%, equivalente a 11 milhões).
Durante a pandemia, tais números saltaram. Segundo pesquisa realizada pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas, o número de diagnosticados com depressão foi de 9,6% antes da chegada do Covid-19 para 13,5% em 2022.
Ainda, de acordo com a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, em média 38 suicídios por dia. Segundo o DataSUS, entre 2011 e 2020 as taxas de suicídio aumentaram em 35% no país, sendo as maiores ocorrências nos estados de São Paulo (20.667) e Minas Gerais (12.645).
Ações por conta do Setembro Amarelo, foram realizadas no Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua, o Chá do Padre, rodas de conversa com os assistidos, para ouvir suas dores e ressaltar a importância de pedir ajuda. “Como trabalhamos com um público em situação de vulnerabilidade é recorrente a procura por acompanhamento e pedido de ajuda mediante pensamentos e ou tentativa suicida”, afirma a Irmã Irla, psicóloga do serviço. “O Núcleo se preocupa com a vida de todas as pessoas e busca cuidar, defender e acolher nas mais diversas formas, porque a vida de cada assistido importa”.
A profissional ainda ressalta que, “as causas do suicídio são diversas, portanto não subestime a dor do outro, não é falta de Deus, não é falta de coragem, dentre outras falácias, é sim, um pedido de socorro. Devemos escutar sem julgamentos, e orientar a procurar ajuda profissional”.
Canais de Ajuda
CVV – Centro de Valorização da Vida: instituição sem fins lucrativos gratuito que oferece apoio emocional, com funcionamento de 24 horas. Disque 188 ou acesse o site.
CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial: serviço de saúde de caráter aberto e comunitário voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras substâncias. Consulte a unidade mais próxima de você aqui.
UBS – Unidade Básica de Saúde (Saúde da Família , Postos e Centros): serviços do SUS que realizam atendimento psicológico e psiquiátrico. Procure a unidade mais próxima pelo site da prefeitura de sua cidade.
Para situações de emergência, procure: UPA 24h, SAMU (192), Corpo de Bombeiros (193), Pronto Socorro, Hospitais.
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