Ele tem apenas cinco anos e o seu choro chamou a atenção das outras crianças, educadoras e a assistente social ao seu lado. Em meio a tragédia que se abateu em Petrópolis (RJ), Pedro* sentia ali a perda de sua casa, de sua escola e da vida que conhecia até então. Seu abalo emocional era reflexo do que todos ali sentiam, naquela sala improvisa para proteção de crianças organizada pelo SEFRAS.
Com o espaço onde funciona o Serviço Franciscano de Convivência da Criança e do Adolescente – Gente Viva em risco, a equipe técnica do SEFRAS ocupa, hoje, outro espaço na comunidade Oswaldo Cruz, ao lado da capela Nossa Senhora Aparecida. Foi lá que recebeu 25 crianças, como o Pedro*, para escuta e apoio, em um ambiente de cuidado e seguro.
“São crianças da comunidade que estão em abrigos no entorno e que nós temos um trabalho com elas e suas famílias. Elas falam muito em morte, em tragédia e é importante manter uma ação específica para elas”, afirma Regina Croscob, coordenadora do Serviço Gente Viva.
Segundo ela, só puderam receber 25 crianças, pois o espaço não comporta a demanda de centenas delas que não têm para onde ir.
Na sala ao lado, a assistente social Michele Azevedo atendia as famílias – um total de 36 que perderam tudo e precisam desesperadamente de ajuda na: orientação para emissão de documentos, acesso a políticas públicas (como o aluguel social) e suporte psicológico. Como Pedro, sentem como ondas a dor da perda de seu chão.
Não é para menos. A tragédia em Petrópolis já é uma das maiores do país em número de mortos, 136, com 213 pessoas ainda desaparecidas e 6 mil desabrigadas e desalojadas.
O SEFRAS tem enviado todos os dias mais profissionais de suas equipes para fortalecer o trabalho, contribuindo com
o diagnóstico e, assim, finalizar o mapeamento das famílias no território, incluindo comunidades bastantes povoadas como Osvaldo Cruz e Vila São José. São estudos preponderantes para ações maiores e mais assertivas para o trabalho social.
Michele Azevedo, que está nessa linha frente, é categórica ao afirmar que a mobilização social deve prevalecer pelo bem comum. “Não pode haver uma sociedade civil desarticulada, todos devem trabalhar para quem precisa e necessita de atenção. E isso é urgente”.
Por isso, os franciscanos têm articulado uma frente das organizações sociais que estão lutando todos dias em prol de todas essas famílias. Especialmente a logística de chegada e distribuição de doações, fazendo a ponte entre quem quer ajudar e quem não pode esperar por cuidado e acolhimento.
*nome fictício para proteger a criança
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