No cenário atual, marcado por desafios globais e a necessidade premente de diálogo intercultural, o Projeto Diálogo dos Povos anuncia uma iniciativa para ampliar a troca de conhecimento e experiências entre comunidades da África e da América Latina. As discussões ocorreram dentro da sede do Sefras, durante esta semana. No qual, recebeu uma delegação vinda da África do Sul.
Para entender mais sobre o cenário do Projeto, conversamos com o Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret, que é conhecido por seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e o diálogo intercultural.
Durante a entrevista, foram abordados temas como a origem e a importância do projeto, os desafios enfrentados pelas comunidades locais, as estratégias de empoderamento e resistência, além das perspectivas para o futuro da iniciativa.
Explique um pouco mais sobre o Projeto do Diálogo dos Povos, o que é?
Frei: O Projeto Diálogo dos Povos é uma iniciativa internacional originada do Fórum Social Mundial (um espaço de mobilização popular global que se concentra na defesa da vida em meio a opressões e injustiças). Esta iniciativa reúne diversos setores da sociedade civil com o objetivo de promover um mundo mais justo e sustentável. Surgiu da percepção de que as relações entre as organizações e lutas do Sul Global com o Norte Global eram pouco exploradas. O projeto concentra seus esforços no diálogo entre África e América Latina, buscando refletir sobre questões globais e como são vivenciadas nessas realidades específicas.
Qual é a importância desse tipo de diálogo atualmente?
Frei: É crucial porque o capital impõe uma série de condutas que levam a processos de degradação ambiental e injustiças. As lutas desses países contra esses processos coloniais persistem, e questões como a crise climática exemplificam como o capital se comporta. Enfrentar esses desafios exige compreender como as comunidades estão reagindo e se organizando.
Como o Projeto Diálogo dos Povos promove esse diálogo?
Frei: O projeto é uma plataforma de discussão que reflete e debate questões da conjuntura internacional vividas por África e América Latina. A troca de experiências permite estabelecer diálogos e realizar atividades em conjunto, promovendo uma compreensão mais global dos processos e impactos enfrentados pelas comunidades.
E qual é o papel dos franciscanos nesse projeto?
Frei: Para nós, Franciscanos, esse diálogo é essencial. É uma oportunidade de estar presente, ouvir e dialogar com as comunidades, tanto humanas quanto naturais, como parte de nossa missão de justiça, paz e cuidado com a criação. Acreditamos que é através desse diálogo que podemos construir um mundo mais fraterno e solidário.
Você quer acrescentar mais algo?
Frei: Apenas que é fundamental para as gerações mais novas abrir os olhos, ouvidos e estender as mãos com o coração aberto para compreender e enfrentar os desafios que temos pela frente.
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