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Articulação da Economia de Francisco e Clara: disputando o destino da humanidade

Atualizado: 29 de set. de 2022



Nos dias 22, 23 e 24, foi realizado o Evento Global da Articulação da Economia de Francisco e Clara, em Assis, na Itália - cidade natal de São Francisco e Santa Clara.

A iniciativa surgiu em 2019, com um convite enviado pelo Papa Francisco em 1º de maio a jovens economistas e empresários para se juntarem num pacto para repensar as relações econômicas atuais. Porém, devido à pandemia de COVID-19, o evento só pode acontecer presencialmente neste ano, em 2020 e 2021 ocorreram de forma remota.

Para a economista Irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, o encontro é realizado numa altura na qual já existe um processo em curso lançado e uma rede já estabelecida.

O evento contou com a participação de mais de mil pessoas de 120 países diferentes. A economista e colaboradora de Advocacy do SEFRAS, Talita Guimarães esteve presente no evento representando a organização.

Para ela, “a Economia de Francisco e Clara vem para lançar um novo olhar para o papel da política econômica e a centralidade da vida e da criação em sua integralidade”.

O Encontro em Assis, portanto, foi um importante espaço para discutir as relações econômicas atuais e para pautar outras, onde a vida e o cuidado à criação seja o centro das relações sociais como um todo.

Para Talita, o evento foi uma experiência de sentimentos, a começar pelo local onde foi realizado. Isso pois foi em Assis que São Francisco e Santa Clara mostraram ao mundo medieval que é possível chegar na integralidade da cosmovisão fraterna.

"O encontro foi marcado pelo encanto de que as relações econômicas atuais, necessitam de colocar a vida no centro das decisões políticas e que todos têm o compromisso no seu dia a dia de ser sinais da mudança", afirma. "Principalmente por meio de ações que sejam pontes para uma vida plena com fraternidade e reconhecimento no outro como o sagrado, nossa Casa Comum, reconectar a economia ao cuidado com tudo e todos".


Construindo Pontes

Durante o evento, os caminhos onde pessoas e culturas diferentes se encontram são chamadas de “vilas”. Estas compõem os tópicos de sessões de trabalho para pensar a economia de hoje e amanhã. Para Thalita, são nelas “onde efetivamente a Economia de Francisco acontece”.

Um dos principais acontecimentos do evento foi a realização da Vila de Finanças e Humanidades. Segundo Talita, o objetivo foi “compartilhar o que tem sido feito nos últimos dois anos nos países que estão construindo a agenda da Economia de Francisco. E também repactuar o compromisso de pautar as políticas públicas, sobretudo as políticas econômicas que tenham como objetivo principal a vida”.

Matheus Machado, coordenador geral da Economia de Francisco na Vila de Finanças e Humanidade, afirmou “a mensagem que temos é de colocar o ser humano no centro das relações e entender que os negócios e projetos vão acontecer, mas não podemos esquecer que as pessoas estão em primeiro lugar. E isso não é negociável”.

O coordenador ainda ressalta a necessidade de trabalhar a consciência das pessoas, das empresas e dos empresários, lembrando-os do papel social que as instituições financeiras também devem cumprir. Para Machado, é necessário que essas organizações gerem uma contrapartida social, com o pagamento de salário justos, promoção da dignidade e autonomia dos trabalhadores.

“Buscamos isso aos poucos, pois não estamos aqui para divulgar muros, estamos aqui para construir pontes. Esperamos aos poucos conseguir criar essa conexão e essa consciência nas pessoas”, disse.


Renovando a Esperança

O evento foi encerrado com uma fala e reza do Papa Francisco no dia 24.

O Santo Padre reafirmou três importantes meios a serem pensados e colocados em prática para que seja possível realmente criar formas de economia justas e integrais: olhar para o mundo com os olhos dos mais pobres; investir em criar trabalho digno para todos; e concretude para que todas as ideias se transformem em ação.

Em sua reza final, pediu perdão em nome da humanidade por ferir a terra, não respeitar culturas indígenas, não estimar e amar os mais pobres e por criar riquezas sem comunhão. E pediu apoio aos esforços daqueles que lutam com bondade e generosidade para construir um mundo com amor e inteligência.

Para Eduardo Brasileiro, um dos integrantes da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, a fala do Papa representou de forma vívida a economia que o SEFRAS constrói em seu território, com base na solidariedade, defesa e acolhimento.

“A Economia de Francisco e Clara existe nisso, em economias transformadoras. Quando falamos disso estamos falando de uma coisa muito objetiva: criar diversas economias”. Para ele, estas devem ser vividas a partir de cada território, dentro de uma ecologia integral, desenvolvida pelo povo e a partir de uma democracia econômica.

"A delegação brasileira saiu mais fortalecida. Estiveram mais de cem pessoas presentes, entre jovens, economistas e atores da sociedade civil", também afirma Talita.


O SEFRAS

O Sefras é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.

Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atua pelo Brasil atendendo mais de 4 mil pessoas todos os dias. São serviços diários que promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.

Para ajudar na seguridade dos direitos da criança e do adolescente com nossos trabalhos, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, você pode doar qualquer quantia pelo nosso site ou pelo pix: sefras@sefras.org.br.





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