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8 de março: Mulheres na Luta!

O SEFRAS é formado em sua grande maioria por mulheres. Elas chegam a somar 70% do quadro de trabalhadores, sem contar com o apoio e solidariedade de centenas de voluntárias, parceiras e doadoras.

A Solidariedade franciscana, em nossa casa, é movida pelas mãos delas: mulheres guerreiras, comprometidas com os cuidados para com os mais necessitados e desvalidos.

Por isso, precisamos celebrar o Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher uma agenda de luta com ações de mobilização e incidência na defesa de seus direitos e no enfrentamento de toda e qualquer desigualdade e violência. O Dia Internacional da Mulher tem a sua origem na organização e mobilização das mulheres trabalhadoras que lutaram por melhores condições de trabalho. Em uma época em que toda a classe trabalhadora sofria com as longas jornadas de trabalho, ambiente pouco seguro e sem direitos, as condições das mulheres eram ainda piores.

Apesar das várias conquistas, ainda é perceptível a desigualdade social e de gênero em nossa sociedade. A pandemia da Covid-19 agravou essa desigualdade atingindo, especialmente, mulheres negras, indígenas, pobres e periféricas que vivenciam o empobrecimento e a violência de forma permanente. Segundo o IBGE, a diferença entre a taxa de desemprego entre brancos, pretos e indígenas atingiu o pior nível desde 2012.

O desemprego, que tem recordes históricos, tem afetado diretamente as mulheres. Setores como hotelaria, alimentação e serviços domésticos sofrem o impacto de maneira avassaladora. De acordo com dados apresentados em um debate virtual promovido pela Secretária da Mulher da Câmara junto com a ONU Mulheres, elas representam cerca de 80% dos trabalhadores informais no país que tiveram uma redução acentuada do seu rendimento, além de ocuparem colocações mais precárias e desprotegidas.

Outro fator é a paralização das aulas presenciais que aumentou a demanda do cuidado familiar. Em muitos casos, as mulheres estão com dupla ou tripla jornada de trabalho, e ainda tendo que conciliar com o cuidado da casa e da família, provocando uma exaustão física e emocional.

Um dado bastante preocupante é o aumento da violência doméstica sofrida por mulheres em decorrência do isolamento social. O Brasil sempre registrou números alarmantes de violência doméstica e, com a pandemia os casos tiveram um aumento expressivo. Só no primeiro semestre de 2020, os feminicídios aumentaram 22% aponta dado divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Muitas mulheres ficaram em isolamento social com seus agressores, impossibilitadas de fazer denúncias e buscar apoio.

A pandemia da COVID-19 tem acentuado a pobreza, o aumento do desemprego e das violências, aprofundando a desigualdade social. As mulheres sofrem com a perda da autonomia econômica, o esgotamento físico e diário, e as violências em suas diversas expressões. A data do 8 de Março é histórica e simbólica para a luta por direitos das mulheres! Fazer memórias destas lutas é reconhecer que ainda precisamos avançar na construção de uma sociedade igualitária para todos e todas.

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